quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Rafael

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"Em A Escola de Atenas Rafael retrata a diferença entre o elemento aristotélico e o platônico. Os dois filósofos ocupam o centro do quadro, Aristóteles com as mãos voltadas para o chão, Platão a apontar para o alto.

Este problema pode-se expressar de outra forma. Onde encontrar a unidade depois de conceder plena liberdade à diversidade? Se são libertadas, de que modo conservá-las num todo uno?"

O problema colocado desta forma, neste último parágrafo, por Francis Schaeffer fica sem sintido algum: "Se são libertadas...", o que são libertadas? Quando foram libertadas? Seria a libertação da diversidade frente a unidade?

FS começa dizendo que Tomás de Aquino separou a Graça da Natureza. E que Arístoteles seria o pensador por trás desta idéia. Agora ele chega com Platão, através de Rafael e Leonardo da Vinci, para explicar uma suposta necessidade de voltar ao "andar de cima" (idéia que veremos mais adiante).

O ponto é: tanto Platão como Arístoteles não eram cristãos, nem tinham a fé judia. Obviamente não teriam a compreenção que temos de um Deus triuno. Nem só por isso iremos desprezar toda a filosofia.

Nema a filosofia teria essa força de romper com a realidade de que o andar de cima está conectado com o de baixo. A natureza nunca se tornará autônoma! E nem devorará a graça! Ainda que a arte tente fazer isso de forma artificial e inventada. Ainda que venha o anticristo. O máximo que foi feito e poderia ser feito nessa direção foi a crucificação de nosso Senhor. E Deus usou deste ato de desgraça para trazer-nos salvação.

Tanto a diversidade (no andar de baixo) como a unidade (no andar de cima) andarão sempre de mãos juntas. Deus é o princípio único, criador de todas as coisas, mas também o fim. A criação (natureza) estará sempre anunciando a sua grandeza (de qualquer forma que for retratada). Deus estará sempre livre como o vento para soprar onde quiser.

Pode-se retratar o que quiser, expressar o que quiser. O que for sacrilégio, será interpretado com tal. Mas não significará nada novo além dos sacrilégios que sempre houveram.

Assim até agora não fez sentido nenhum a tese de FS de estabelecer o pensamento aristotélico através de Aquino com marco para o homem moderno. E o fenômeno de secularização da europa e outros movimentos relativos à fé no ocidente devem ser encarados através de outros modelos mais válidos.

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