Para se entender a tese de Schaeffer sobre o "homem autônomo" e o estado de secularismo em que a sociedade se encontra hoje é preciso entender Tomás de Aquino. Entendê-lo e compreender a tese de Schaeffer não significará, todavia, que daremos razão a ela.
Não tem como em um só post abordar todas as principais implicações da escolha do autor por Aquino, como o “vilão da história”. Portanto voltaremos a este ponto mais vezes ao longo dessa leitura.
Inicialmente pensemos o seguinte: o autor mesmo afirma que “A origem do homem moderno se pode atribuir a diversos períodos”, mas ele escolheu o aquinense por certas razões, às quais iremos ao longo dessa leitura discutir.
Quando li a biografia de São Tomás, uma coisa ficou patente para mim: Aquino realmente transformou o mundo, como Francis Schaeffer afirma.
Hans Küng cita-o como um dos principais pensadores cristãos, ao lado de Augustinho, Lutero, Paulo, Origenes e outros. Um dos principais méritos de Tomás de Aquino foi justamente apontar “razões da fé” com base na autoridade de outros documentos não sagrados, ou seja não baseado na revelação ou na tradição, mas na filosofia secular. Ele fez isso de certa forma para apresentar argumentos para uma Europa que se via em conflito com um crescente islamismo, que por sua vez possuia suas próprias tradições e livros sagrados. Ou seja, Aquino, tentava fazer o que Schaeffer também tentou em “A morte da razão” apresentar ao seu público um evangelho que falasse a sua linguagem de acordo com as questões relevantes da época.
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