quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Deus, ciência e razão

por Lou Melo

O autor português José Rodrigues dos Santos escreveu quinhentas e setenta e quatro páginas em seu excelente livro ” A Fórmula de Deus”, que me foi presenteado pela Vilma do blog Coisas de Mim, uma das boas amizades colhidas na blogosfera, para juntar os cacos quebrados do lado da ciência e do outro, a religião e, através de uma bem concatenada aventura, com nuances de um romance muito pertinente, demonstrar alguns pontos importantes de conexão entre, Deus, ciência e razão.

Foi o falecido teólogo, autor e pastor exótico, o norte-americano Francis Schaeffer, cult dos anos setenta e oitenta com seu trabalho de discipulado de jovens estrategicamente situado nos Alps – Suiça, lugar de fácil acesso a qualquer um de nós, jovens na época, quem defendeu e escreveu A Morte da Razão, onde, em exaustivas noventa e quatro páginas, ele buscou levar todos para o lado do espírito ou espiritual, insinuando a impossibilidade das forças do universo caminharem juntas. Na última página do meu exemplar desse livro você lerá, escrito a lápis, com a minha letra, “O autor não cumpriu sua proposição”. O filho dele, herdou esse legado e está condenado a gastar sua vida justificando seu pai imprudente. Mas ele não é o primeiro, Jesus Cristo fez a mesma coisa, muito tempo antes.

Sei que os privilegiados discípulos do Francis viveram uma experiência espiritual incomum lá no L’Abri. Pena que papai não estava em condições de pagar uma temporadazinha minha naquele paraiso, caso contrário, eu teria estado junto com ele, também, provavelmente. Isso poderia ter evitado esse post. Nem por isso, conseguiram anular a razão.

Deus, em sua imprudente falta de espiritualidade, enviou sinais de conectividade com seu Filho, inequívocos, durante a cena da crucificação. Quem esteve lá, jura ter visto a maior incidência de raios e trovões que se tem notícia. Segundo alguns, foi um dia horroroso, algo para se esquecer. Isso me faz lembrar o Tsunami na Ásia, alguns anos passados, onde estava a Marie, uma ex-aluna do Ginásio Vocacional que encontrei trabalhando com o Daniel Fresnot na Casa Taiguara. Naquele dia, Deus, ciência e razão deram-se as mãos e deixaram milhares de pessoas perceberem o quanto esses fenômenos andam irmanados. Fosse Deus, um lado oposto à razão, ele repreenderia ventos e mares, salvando todas aquelas vidas perdidas naquele horror.

Schaeffer, mesmo tendo sido um velhinho danado de simpático, estava errado. Não me admiro ao ver seu filho Franky e o bom pessoal da editora W4 lançando o livro “Viciados em Mediocridade” que eu li em inglês, coincidentemente, quando estava na Europa, em 1994. Não sou psicólogo, mas desconfio da herança genética do Franky. Toda essa história tem seus nuances filosóficos e um medo que rondou católicos e protestantes com o movimento dos existencialistas, particularmente os franceses. Sartre e Camus bagunçaram o coreto imperialista do norte ao estremecer um dos principais pilares desse demônio: a igreja e seu dogma. O fato é que a peste chegou até nós e fomos todos contaminados. Pior é viver nessa inglória luta tentando separar o joio do trigo. Afinal, há um fundo de verdade em tudo isso. Caso contrário, o novo Big Bang resolverá nosso probleminha.

4 comentários:

aviam disse...

Bela escrita e muito informativo seu blog....adorei.
Voltarei sempre,
Kika

ROGÉRIO B. FERREIRA disse...

Obrigado Kika, você sempre é bem vinda!!

Anônimo disse...

em suma, discordo.
hei roger, estamos de volta.

Lou H. Mello disse...

Estivemos por aqui, em nossa ronda habitual. Abs.