sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Mas atentem para o poeta

k0600288[1] "Escutemos, por um instante, a voz dos poetas, porque ela costuma exprimir o que chamamos de “sentimento do mundo”, o sentimento da velhice e da juventude perene do mundo, da grandeza e da pequeneza dos humanos ou dos mortais."

- Marilena Chauí em "Convite à Filosofia" -

 

"What Is Philosophy? (Que é filosofia?), termina com a ressalva “ mas atentem para o poeta. Quando apela a que se dêem ouvidos ao poeta, ele não quer dizer que escutemos o teor ou conteúdo das palavras do poeta. O conteúdo não vem ao caso – poder-se-ia invocar seis poetas que se contradizem entre si. Não importa o conteúdo porque o conteúdo se acha na área da racionalidade, isto é, no andar inferior. O que é relevante é que existe coisa tal como a poesia – e esta se situa no andar superior."

- Francis Schaeffer sobre Heidegger -

 

"Mas pelo fato de a poesia, em comparação com o pensamento, estar de modo bem diverso e privilegiado a serviço da linguagem, nosso encontro que medita sobre a filosofia é necessariamente levado a discutir a relação entre pensar e poetar. Entre ambos, pensar e poetar, impera um oculto parentesco porque ambos, a serviço da linguagem, intervêm por ela e por ela se sacrificam. Entre ambos, entretanto, se abre ao mesmo tempo um abismo, pois “moram nas montanhas mais separadas”."

– Heidegger em "Que é Filosofia" -

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Dois diagnósticos: Schaeffer X Tournier

bxp200726[1] Dois escritores evangelicais de sucesso, um psiquiatra suiço morador de Genebra o outro pastor americano que viveu na Suiça, ambos falecidos na década de 80 do século passado, ambos traçaram um diagnóstico do homem moderno frente às suas tensões e crises.

O fácil diagnóstico feito por Paul Tournier (1898-1986) se destaca frebte à engenhosa construção proposta por Francis Schaeffer (1912-1984) em "a morte da razão":

“Vimos que desde Rousseau  se estabeleceu a dicotomia entre natureza e liberdade. A natureza passara a representar o determinismo,  a máquina, como o homem na desesperançosa situação de ser absorvido pela máquina. Então, no andar superior, vemos o homem lutando pela liberdade. A liberdade que era buscada era uma liberdade absoluta, sem limitações. Não existe Deus, nem mesmo um universal, a limitá-lo de sorte que o indivíduo procura expressar-se com total liberdade e, todavia, ao mesmo tempo, sente a condenação de ser absorvido na máquina. Esta é a tensão do homem moderno.”

Partindo também de conceitos filosóficos, Tournier, em Mitos e Neuroses, pondera que "o homem moderno acredita ter suprimido deste mundo os valores, a poesia, a consciência moral, mas não fez mais do que uma repressão, e por isso sofre".

Ao contrário de FS, que lamenta a negligência ou supressão da razão feita pelo homem moderno, Tournier alerta que a repressão se deu no campo emotivo e não no itelectual, e essa tende a crescer mais quando nos apegamos ainda mais à razão, à lógica em detrimento de nossos sentimentos.

Por isso são catastróficos os efeitos do neo-fundamentalismo. Por isso o grande inimigo da igreja sempre foi e será a turma do legalismo apegada a seus conceitos inflexíveis, à sua lógica quadrada e ortodoxia morta e não a de pecadores com suas contradições, metamorfoses loucas e suas transgressões de princípios éticos e estéticos pré estabelecidos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Anthony Flew

Considerado o principal filósofo dos últimos cem anos, Antony Flew passou mais de cinqüenta defendendo o ateísmo. No entanto, ao continuar investigando o tema, ele reviu seus conceitos. Em 'Deus existe', Flew trata de suas origens e crenças iniciais e de como e por que passou a acreditar em um Deus. E, mesmo baseado em evidências científicas, ele o faz de modo que é impossível não refletirmos a respeito de nossos próprios conceitos.