Dois escritores evangelicais de sucesso, um psiquiatra suiço morador de Genebra o outro pastor americano que viveu na Suiça, ambos falecidos na década de 80 do século passado, ambos traçaram um diagnóstico do homem moderno frente às suas tensões e crises.
O fácil diagnóstico feito por Paul Tournier (1898-1986) se destaca frebte à engenhosa construção proposta por Francis Schaeffer (1912-1984) em "a morte da razão":
“Vimos que desde Rousseau se estabeleceu a dicotomia entre natureza e liberdade. A natureza passara a representar o determinismo, a máquina, como o homem na desesperançosa situação de ser absorvido pela máquina. Então, no andar superior, vemos o homem lutando pela liberdade. A liberdade que era buscada era uma liberdade absoluta, sem limitações. Não existe Deus, nem mesmo um universal, a limitá-lo de sorte que o indivíduo procura expressar-se com total liberdade e, todavia, ao mesmo tempo, sente a condenação de ser absorvido na máquina. Esta é a tensão do homem moderno.”
Partindo também de conceitos filosóficos, Tournier, em Mitos e Neuroses, pondera que "o homem moderno acredita ter suprimido deste mundo os valores, a poesia, a consciência moral, mas não fez mais do que uma repressão, e por isso sofre".
Ao contrário de FS, que lamenta a negligência ou supressão da razão feita pelo homem moderno, Tournier alerta que a repressão se deu no campo emotivo e não no itelectual, e essa tende a crescer mais quando nos apegamos ainda mais à razão, à lógica em detrimento de nossos sentimentos.
Por isso são catastróficos os efeitos do neo-fundamentalismo. Por isso o grande inimigo da igreja sempre foi e será a turma do legalismo apegada a seus conceitos inflexíveis, à sua lógica quadrada e ortodoxia morta e não a de pecadores com suas contradições, metamorfoses loucas e suas transgressões de princípios éticos e estéticos pré estabelecidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário