Arregacemos então as mangas. E debulhemos mais esta obra.
Tudo começa com, segundo Schaeffer, a igualdade entre religião e filosofia. Esta igualdade estaria nas questões básicas, que seriam as mesmas.
Paira portanto alguns questionamentos a respeito dessa premissa:
- Já disse alguém que quando o cristianismo chegou à Grécia virou filosofia. No princípio contudo não era assim. Será que, de fato, outras religiões estariam também presas basicamente a essas questões filosóficas, em volta da metafísica, moral e epistemologia?
- Outro ponto é: Até onde a própria filosofia se limita a essas três questões? Obviamente que elas são pontos fundamentais na filosofia. Mas filosofia envolve mais do que isso. Há também a história, a razão, verdade, lógica e etc. E tudo isso é muito complexo para ser fechado só em três pontos.
De igual modo a religião irá mais fundo, ou até mesmo, mais raso, que tudo isso. A religião poderá, pelo menos segundo o conceito bíblico, está envolvida com coisas meramente práticas como a sobrevivência, com o auxílio a órfãos e viúvas. Poderá passar longe da moral, e todos seus complexos mecanismos e subterfúgios, e manter-se no arroz com feijão de uma vida espartana, longe de todo tipo de corrupção desse mundo.
Concluindo essa primeira pegada, temos que concordar com FS num aspecto. A filosofia não pode ser posta à margem e esquecida. Ela tem sem dúvida um papel importantíssimo. Mas temos que discordar dele ao querer fechar a revelação de Deus numa caixa lógica, de três chaves: metafísica, moral e epistemologia.
Não. Deus se revela, é verdade. Até mesmo no silêncio. Na inexistência das palavras. Longe das questões e do debate moral. Bem à parte do conhecimento humano, dos sábios e entendidos. Pensar o contrário talvez tenha sido nosso grande erro. Forçamos Deus a se expressar dentro de uma lógica, que Ele mesmo nunca corroborou.